Velhice

                                                
                                                 
                                                                                                     
O que restará na nossa velhice?
Entre agulhas de tricô, jornais e baralhos,
Vejo imperando, maior que tudo,
O silêncio!
O futuro já feito, dispersado.
O passado ressuscitado
Me faz companhia,
E o presente…
Esta ausência do diálogo…
É o conviver constante com o tempo
Que ocupa todos os espaços
E decide não mais sair do lugar,
Prolongando o tique-taque do relógio.
Ah! O que me assusta
Não são as rugas,
O corpo arqueado,
E o espelho denunciando
Uma terceira pessoa em mim.
O que me inflama
É a eterna busca
Do aconchego,
Do murmúrio de palavras
Que trazem o eco do outro,
Do estalo das risadas
Ferindo o ar.
É o estar só em meio ao povo,
É cada um buscando um lugar
Longe
Para não ter de dividir palavras
E deixar os ouvidos de plantão.
O que me assusta na velhice
É o isolamento,
A falta de acasalamento,
É o ensaio para a solidão derradeira!

3.730 thoughts on “Velhice

  1. I just can’t believe that all the things we challenge
    ourselves with in life makes a difference. Continuously
    invested in taking into consideration the numerous things that we deal with each and every day can be undoubtedly necessary, as no other woman is
    going to deal with life for any of us. I feel that people young and old must be more mentally stable.

    Science is marvelous, yet a lot of that which you might know about is indeed abstract.

    Having a cup of kava is a zen activity that brings one back again to the
    present occasion. We must be more in the here and now, without being overcome by existence and the dilemmas we experience every day.

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