Velhice

                                                
                                                 
                                                                                                     
O que restará na nossa velhice?
Entre agulhas de tricô, jornais e baralhos,
Vejo imperando, maior que tudo,
O silêncio!
O futuro já feito, dispersado.
O passado ressuscitado
Me faz companhia,
E o presente…
Esta ausência do diálogo…
É o conviver constante com o tempo
Que ocupa todos os espaços
E decide não mais sair do lugar,
Prolongando o tique-taque do relógio.
Ah! O que me assusta
Não são as rugas,
O corpo arqueado,
E o espelho denunciando
Uma terceira pessoa em mim.
O que me inflama
É a eterna busca
Do aconchego,
Do murmúrio de palavras
Que trazem o eco do outro,
Do estalo das risadas
Ferindo o ar.
É o estar só em meio ao povo,
É cada um buscando um lugar
Longe
Para não ter de dividir palavras
E deixar os ouvidos de plantão.
O que me assusta na velhice
É o isolamento,
A falta de acasalamento,
É o ensaio para a solidão derradeira!

2.754 thoughts on “Velhice

  1. you are truly a excellent webmaster. The website loading speed is incredible.
    It sort of feels that you are doing any unique trick.

    Also, The contents are masterwork. you’ve done a great process in this matter!

  2. It’s the best time to make a few plans for the long
    run and it is time to be happy. I have learn this put up and if I could I wish to counsel you some interesting
    issues or suggestions. Perhaps you could write subsequent articles referring to this article.
    I want to read more things about it!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.

Website