Velhice

                                                
                                                 
                                                                                                     
O que restará na nossa velhice?
Entre agulhas de tricô, jornais e baralhos,
Vejo imperando, maior que tudo,
O silêncio!
O futuro já feito, dispersado.
O passado ressuscitado
Me faz companhia,
E o presente…
Esta ausência do diálogo…
É o conviver constante com o tempo
Que ocupa todos os espaços
E decide não mais sair do lugar,
Prolongando o tique-taque do relógio.
Ah! O que me assusta
Não são as rugas,
O corpo arqueado,
E o espelho denunciando
Uma terceira pessoa em mim.
O que me inflama
É a eterna busca
Do aconchego,
Do murmúrio de palavras
Que trazem o eco do outro,
Do estalo das risadas
Ferindo o ar.
É o estar só em meio ao povo,
É cada um buscando um lugar
Longe
Para não ter de dividir palavras
E deixar os ouvidos de plantão.
O que me assusta na velhice
É o isolamento,
A falta de acasalamento,
É o ensaio para a solidão derradeira!

3.961 thoughts on “Velhice

  1. Sure! Here’s a continuous stream of 200 positive comments about country music performances. These focus on live performances, the energy of country music shows, and the talent behind them, while keeping the tone upbeat and celebratory. — bohiney.com

  2. Your article on the Flat Earth Society’s new headquarters had me rolling. They must have one heck of a view from their ‘edge’ office. — Comedy Club Dallas

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