Não sou uma pessoa consumista. Não compro o que não preciso, e mesmo o que preciso é sempre o suficiente, sem sobras supérfluas. Por isso, não sou também de acumular, nem de lamentar perdas, principalmente, de coisas. Porém, confesso que algumas coisas, ainda que sem valor, às vezes as mantenho pelo valor afetivo: desenho de filhos, quando pequenos, lembrancinhas feitas por eles na escolinha, dos netos, enfim, miudezas que me comprazem.
Ontem, recebi de uma pessoa que mora sozinha e, por isso, mudou-se para um apartamento menor do que aquele em que estava, algumas louças, cuidadosamente embaladas em várias folhas de jornal, dispostas em duas sacolas. Ocorre que, durante o transporte das duas sacolas para o meu apartamento, ao efetuar a curva no corredor, em direção ao elevador, uma das sacolas bateu na parede do prédio, emitindo, imediatamente, o som de louça quebrada.
Ao abrir, com cautela, cada peça enrolada no jornal, cujo conteúdo eu desconhecia, fui conferindo que nada estava danificado: copos e taças, nem com a mínima lasca. Porém, uma peça maior, muito bem embalada, estava separada da sua parte, também bem acondicionada. A peça redonda, grande, afunilava-se um pouco na borda: é uma compoteira. A última peça que abri, pelo barulho, percebi que, ali ocorrera a quebra. Era a tampa da compoteira. Na hora, pensei: tantos copos, quase dez; também as taças em maior número, e, justamente, apenas uma peça, mais bem embalada do que a própria compoteira que é maior, foi a que quebrou. Resolvi colocar a compoteira na mesinha da sala já imaginando que providenciaria um belo arranjo para compô-la.
Uma hora depois, ao abrir o armário da cozinha para retirar um copo, chama-me atenção uma tampa de vidro, também transparente e do mesmo material que a compoteira recém-adquirida. Ao ver o círculo da grande compoteira repousada na mesa e o tamanho pequeno da tampa, agora em minhas mãos, achei que dificilmente ela me seria útil para tampá-la.
Ainda na cozinha, lembrei-me da longínqua origem daquela tampa.
Há 38 anos, ganhei, de casamento, uma bomboniere redonda que se compunha de três andares de louças sobrepostas, fechadas por aquela tampa, que ficava sobre o meu buffet com guloseimas para crianças, que eu ainda não tinha.
Certo dia, uma pequena, na faixa de 3 anos, com o seu curto bracinho, tentando alcançar um bis, derrubou a compoteira que se estilhaçou, sobrando, apenas, em cima do buffet, a tampa intacta.
Ao recolher os cacos, minha mão alcançou a tampa que, visivelmente sem nenhuma lasca, tive pena de colocá-la entre os estilhaços. Pensei: por que ela haverá de ir para o lixo? Não tem nada que a condene…Confesso que achei que seria injusto e um desperdício colocá-la no lixo.
Durante todo esse tempo, cada coisa que se quebrava, nada chegava nem perto para que a tampa guardada servisse de reposição. Muitas vezes, pensei em passá-la para frente juntamente às doações que sempre fiz de vasilhames e louças, mas pensava: o que farão com uma simples tampa de vidro? Fosse o pote, ainda teria utilidade, mesmo sem tampa, mas a tampa sozinha não serve para nada.
Recentemente, há dois anos, após a minha separação, quase passei, novamente, a tampa para frente junto a muitas coisas que doei. Entretanto, guardei-a novamente.
Observo atentamente a compoteira que parece me convidar a aproximar-me. Vejo-a de baixo para cima: larga, subindo em uma altura aproximada de 10 cm…, porém, próximo à borda, percebo que se afunila um pouco.
Com a tampa na mão esquerda, quase que em câmara lenta, vou descendo-a sobre a compoteira e, para o meu espanto, a tampa se encaixou.
Ninguém diria que não pertencia à compoteira: o mesmo material, a mesma cor, era realmente de impressionar.
Concluí: às vezes, alguns relacionamentos se quebram durante a nossa vida e sentimos que o vazio não há de ser preenchido um dia.
Mas eis que a “tampa”, guardada, às vezes, por muitos anos, aparece para nos preencher….
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