VEREDAS

Olhe só, seu moço,

a história que vou contar:

como jagunço, busquei

a justiça realizar,

não sabia que o destino

uma peça ia me pregar.

 

O amor foi me encontrar

no amigo Diadorim,

mais que grande guerreiro

era o espelho de mim.

 

Foi invasão a paixão

que de mim se apoderou.

Querendo negar esta febre,

mais febril, ela me deixou.

 

E vi em Diadorim

a mulher que queria pra mim:

dedos finos, traços doces,

mas sorriso de Arlequim.

 

E, por fim, eu fui vencido

pela vida traiçoeira:

mataram Diadorim,

não O, mas A guerreira.

 

Termino esta história, seu moço,

com o pesar do meu preconceito:

tivesse desatrelado o amor,

teria eu amado direito.

 

Mas fica a lição do sertão

de ser tão belicoso:

vedando o coração,

“viver é perigoso!”.

 

 

 

 

 

3.266 thoughts on “VEREDAS

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