Às vezes penso que minha mente se encontra em banho-maria, cozinhando bem as minhas ideias para que eu possa servi-las depois, no papel, em forma de poemas, contos…
Assim costuro os meus dias e minhas noites. Em meio à cata do lixo, três vezes por semana; às bocas do fogão, todos os dias, para abastecer as oito bocas que me cercam (nove, com a minha), e o baile entre pia, tanque, ferro e máquinas, cumpro a sina herdada de minha avó, que transmitiu a minha mãe que repassou a mim. Imbuída das minhas responsabilidades domésticas, faço uso de agenda automática, contabilizando horários e orçamentos para honrar certa ordem no lar. Fiz uso dos axiomas ouvidos da boca de minha mãe na educação dos filhos: “a mentira tem perna curta”, “quem muito fala muito erra”, “quando um não quer, dois não brigam”, “Deus ajuda quem cedo madruga”, e, agora, já crescidos e com filhos, repito para mim que cada macaco fica no seu galho, pois, águas passadas não movem moinho, porque quem tudo quer, tudo perde, e nunca digo que desta água não beberei, e nada como um dia após o outro para crer que quem espera, sempre alcança… E nesse oceano de palavras, mergulho de cabeça e tudo. No início da tarde, após a arrumação da cozinha, encho um copo com água, busco os óculos, aproximo o telefone do sofá que me assentarei, abraço três livros: de poesia, um romance e um ensaio, confiro a luminosidade e penetro vespertinamente nesse infinito de palavras que me custa voltar à tona…
Há muito busco encontrar minha história, embutida em alguma página de livro.
Maravilhosooooooo!
Uma hora cozinha! Só não pode querer deixar em banho-maria pra sempre!
Muito bom! Tem tempero e temperança.
“um céu de letras eletrificadas” Só aos que “curtem” afogar-se nos dígitos das letras grafadas.
Obrigada a todos. Obrigada ao José Carlos Cordeiro que, sendo amigo do Célio, amigo meu também é. Grande poeta! Belas palavras!
Amiga FÁTIMA-MÃE
Eis explicado, neste delicioso texto, o porquê de nomeá-la … Fátima-Mãe… rs
Como sou metido a escritor. .. vou sintetizar meu costumeiro e prazeroso comentário:
— Eu gostaria muito de ter escrito este texto, apenas transferindo o cenário para o de um homem poeta e palestrante… rs
Abreijos bons
Obs.:
Você escreve forte e quando lemos, tal a sequência descrita com fidelidade exemplar, parece que vamos lendo na maciez da manteiga. .. e vamos derretendo junto!
Ah, amigo poeta Jocimar! Sua constante presença em meus escritos e seus poéticos comentários são alavancas para continuar na escrita. Obrigada sempre. “Abreijos bons”
Como sempre inspirada nos menores ( ou maiores) momentos cotidianos ….
Parabéns, mana!
thx