Há quem faça da vida uma constante poesia. É o caso dos sonhadores, por exemplo. E há quem faça da poesia uma constante na vida. Esses são os poetas, também sonhadores, que buscam, por meio da arte de poetar, retratar seus anseios e os alheios.
E, se houve quatro cavaleiros do apocalipse da literatura, atualmente, temos quatro idealizadores da poesia aldravista, que, incansavelmente, batem nas portas (aldrava = peça ou argola de ferro instalada no lado externo da porta), levando a poesia como instrumento de reconstrução: Andreia Donadon, Gabriel Bicalho, J.B. Donadon-Leal e J.S. Ferreira.
Mariana não é um mar de lama. A poeta Andreia Donadon ajudou a mudar o curso dessa história:
Mariana
merece
amarga
fama
tudo
lama?
E, em Mariana, o ar que se respira é de pura poesia, desde o muro até a casa inteira dos poetas aldravistas: Andreia Donadon e J.B. Donadon.
J.B. Donadon-Leal, editor, professor, poeta, contista, ensaísta, crítico literário, vaticinou:
calor
humano
lama
não
leva
definitivamente
Gabriel Bicalho, poeta, trovador, considerado, por unanimidade, o maior poeta vivo de Mariana, se inquietou:
mineiro
vira
minério
: cimenta
seu
cemitério!
E, para enfatizar que a palavra também liberta, J.S. Ferreira, poeta, escritor, vice-presidente da Associação Aldrava Letras e Artes Mariana-MG, justificou:
explosões
poeiras
beneficiamentos
transportes
aldravias
mundo
Em Mariana, também, reside dona Hebe Rôla, poeta, professora, pesquisadora, escritora, contadora de histórias, pioneira do projeto Floresça Mariana; uma flor em cada janela, um livro em cada mão…, que esperançou:
na
serra
ipê
desarvorado
flore
sozinho
Enfim, seja lírico, sonetista, modernista, concretista, cordelista, aldravista, trovador, o poeta é multifacetado e consegue fazer, da palavra, uma obra de arte, e, da poesia, o ar que ele respira!